Veja tudo o que você precisa saber sobre carros voadores: saiba preços, ano de lançamento e história dos eVTOL, veículos que prometem revolucionar a mobilidade urbana ainda em 2025
A era dos carros voadores está rapidamente deixando de ser um sonho futurista para se tornar realidade. Apesar de a ideia existir há mais de 100 anos, foi somente em junho de 2023 que a Administração da Aviação Federal (FAA) dos EUA emitiu o primeiro Certificado de Aeronavegabilidade Especial para um veículo da Alef Aeronautics capaz de alçar voo.
Geralmente chamados de táxis aéreos ou veículos elétricos de decolagem e pouso verticais (da sigla em inglês eVTOL), os carros voadores são, em teoria, mais seguros, econômicos e ecológicos. Além disso, eles podem ignorar por completo um dos maiores problemas das metrópoles: o trânsito.
Embora os carro voador ainda estejam em desenvolvimento, o reconhecimento de Alef pela FAA marca um ponto de virada. Mesmo assim, ainda existem muitas dúvidas sobre a tecnologia, como datas de lançamento dos primeiros modelos e, claro, quanto vão custar.
Para ajudar você a entender o atual mercado, o Giz Brasil responde logo abaixo às principais questões sobre os eVTOL.
Como os carros voadores funcionam?
Os carros voadores são veículos multifuncionais que podem não só voar como helicópteros e aviões, como também percorrer rodovias como um automóvel tradicional.
Geralmente, eles têm capacidade para carregar entre um ou dois passageiros, com autonomia de aproximadamente 300 quilômetros na terra e 170 quilômetros no ar. Para alçar voo, os veículos sobem verticalmente usando pás giratórias localizadas abaixo de sua carroceria.
Quanto custa um carro voador?
O carro mais próximo de se tornar realidade é o Alef Model A, da Alef Aeronautics. Atualmente, o veículo está em pré-venda por US$ 300 mil (quase R$ 1,5 milhão em conversão direta), e já foi reservado por quase 3 mil clientes.
Os interessados em garantir o carro voador podem fazer uma reserva online, por meio de um depósito de US$ 150 (cerca de R$ 740). A fabricante do veículo permite a retirada do dinheiro a qualquer momento, garantindo maior segurança a quem quiser apostar na inovação.
Também existe um carro brasileiro sendo desenvolvido pela startup cearense Vertical Connect. O Gênesis-X1 deve custar por volta de US$ 400 mil (R$ 2 milhões, sem impostos).
Por enquanto, a tecnologia ainda é cara e difícil de produzir em massa. Contudo, a Alef já trabalha em modelos mais baratos, como o Alef Model Z, que pode custar até US$ 35 mil (aproximadamente R$ 175 mil).
Em que ano lança o carro voador?
A data de lançamento do primeiro carro voador ainda cercada de expectativa. Porém, a Alef espera liberar o Model A em 2025, enquanto guarda o Model Z para 2035. Enquanto isso, a startup norte-americana Aska também quer lançar um eVTOL em 2025.
Espera-se que, a partir de 2025, os primeiros carros voadores cheguem ao mercado oficialmente. Aqui no Brasil, a implementação deve ser mais intensa também em 2025, com empresas estrangeiras que investem na modalidade se adequando às normas da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
Quem vai poder dirigir um carro voador?
Assim como carros tradicionais, os carros voadores deverão exigir habilitação para serem pilotados. Porém, essa licença será diferente da CNH tradicional que existe hoje em dia.
Por ser um veículo totalmente novo, os órgãos responsáveis por regulamentar aeronaves no Brasil — como a ANAC, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e a Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag) — ainda precisam criar normas para a pilotagem dos eVTOL.
A startup Eve, subsidiária da Embraer que está desenvolvendo um carro voador no Brasil, confirmou que haverá uma categoria especial para os eVTOL. Enquanto ela não passa por homologação, somente pilotos de helicópteros e empresas aéreas poderão controlar os veículos.
Qual o combustível dos carros voadores?
Atualmente, para um carro voador ser considerado um eVTOL, ele precisa necessariamente usar energia elétrica como combustível. Existem também projetos de veículos voadores movidos à gasolina comum, como o AirCar da Klein Vision.
O AirCar, aliás, já está habilitado para voar livre, leve e solto, mas somente na Eslováquia. Em 2022, o veículo recebeu o Certificado de Aeronavegabilidade da Divisão de Aviação Civil da Autoridade de Transporte do país.
Além do combustível diferente, o AirCar opera como um avião comum — ou seja, ele precisa pegar velocidade em solo para alçar voo na diagonal. Já os eVTOL decolam na vertical, como helicópteros.
Quais as diferenças entre carro voador e helicóptero?
Apesar de decolarem como helicópteros, os carros voadores têm diversas diferenças. Veja abaixo:
- Funcionalidades: um carro voador tipo de veículo que pode funcionar tanto em estradas quanto no céu. Já o helicóptero é uma aeronave com uma ou mais hélices, ou rotores horizontais motorizados, que permite movimentação apenas no ar;
- Licenças: motoristas de carros voadores vão precisar de uma habilitação específica para dirigir e voar ao mesmo tempo, além do registro do veículo. Os pilotos de helicópteros necessitam apenas de uma licença para aviação;
- Autonomia: carros voadores devem aguentar viagens curtas, de até 200 quilômetros. Os helicópteros podem voar por distâncias muito maiores, chegando a 2 mil quilômetros em um único tanque;
- Velocidade: os carros voadores de hoje em dia alcançam velocidade de cruzeiro de até 260 km/h. Enquanto isso, helicópteros chegam facilmente a 300 km/h.
- Impacto ambiental: enquanto carros voadores usam baterias de íons de lítio, helicópteros utilizam combustíveis fósseis.
Por que ainda não temos carros voadores?
Apesar de existirem projetos desde a década de 1920, a tecnologia ficou estagnada no tempo por diversos motivos. No livro “Where Is My Flying Car?” (“Cadê O Meu Carro Voador”, em tradução literal), o cientista e autor John Storrs Hall culpa eventos como as Guerras Mundiais e a Crise de 1929 nos EUA, por exemplo.
Segundo Hall, na época dos primeiros protótipos, os Estados Unidos e o mundo sofriam com os efeitos da Crise de 1929, e ninguém conseguia comprar carros — sejam voadores ou não. Depois, veio a Segunda Guerra Mundial, exigindo que todos os materiais necessários para desenvolver os carros voadores fossem direcionados para os campos de batalha.
No final da guerra, não haviam mais barreiras técnicas. Porém, para Hall, existe ainda o obstáculo social. Segundo o autor, as pessoas desenvolveram um “medo irracional de energia”, que as impediam de perseguir os antigos sonhos para o futuro.
Nas palavras de Hall: “a reação cultural e a ossificação regulatória se combinaram para reprimir o fluxo normal de experimentação em tecnologia de alta potência”. O pensamento se estendeu aos carros voadores, muito devido aos riscos de segurança envolvidos em pilotar um veículo desses.
Hoje em dia, a maioria dos medos sumiu, graças ao avanço tecnológico. Entretanto, há como última barreira as regulações governamentais.
Antes dos carros começarem a voar, os países precisam definir regras, como onde os veículos podem decolar, pousar e viajar, se podem voar a qualquer hora ou apenas durante os horários determinados, e a que distância os carros devem estar uns dos outros, entre outras.
Quem criou o primeiro carro voador?
O conceito de carro voador existe desde 1920. Os pioneiros da aviação Juan de la Cierva, espanhol, e Harold Pitcairn, americano, desenvolveram uma aeronave chamada “autogiro”. Apesar de parecer com um helicóptero, o veículo tinha um rotor que girava, mas sem potência própria.
O impulso do rotor vinha de um motor separado, e os veículos precisavam de uma pista para decolar. Mesmo assim, o autogiro podia percorrer longas distâncias no ar e até mesmo andar em estradas pavimentadas. Por isso, já eram considerados verdadeiros carros voadores.
Com o passar dos anos, diversos inventores tentaram fabricar aviões e helicópteros que também funcionassem como carros que pudessem ser pilotados por pessoas comuns. Alguns exemplos são o Aerocar, de 1946; o Airgeep, de 1959; e a Plataforma Voadora de Hiller, de 1955.
Fonte: Murilo Tunholi
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